A Ecologia Evolutiva é uma disciplina do ramo da biologia que floresceu nas últimas cinco décadas e têm assimilado grande parte de outras subdisciplinas da ecologia. Representa uma interação entre ecologia e biologia evolutiva. Aborda o estudo da ecologia considerando as histórias evolutivas das espécies e suas interações. As principais ideias da Ecologia Evolutiva são: a relação entre evolução e ecologia, o caráter da seleção natural, o caminho para a adaptação e a extensão dos princípios evolutivos ao comportamento (Foley, R. 1993).[1]
A ecologia tem uma ligação direta à teoria da evolução porque é a seleção natural a responsável por moldar as relações ecológicas através do êxito reprodutivo diferencial. E essa interação constitui a ecologia evolutiva (Foley, 1993).[1]
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Portanto, a seleção natural é responsável pela forma e frequência de indivíduos em cada geração. Ela age tanto mantendo os sistemas biológicos (seleção estabilizadora), quanto os direcionando para novos rumos (mudança evolutiva). Apesar de ser o agente central da evolução biológica, a seleção natural não age isoladamente, mas requer a interação dos outros agentes que irão direcionar e restringir sua atuação (Foley, 1993).[1]
No entanto, existem limitações à seleção e ela só pode operar na presença de variação e se esta tiver sentido adaptativo. O poder da seleção, a direção e a velocidade estão restringidos pela extensão e natureza da variação dentro da população (Foley, 1993).[1] Segundo Futuyma (1979:506)[5] a seleção opera no fenótipo do organismo, ou seja, morfologia, fisiologia, bioquímica e comportamento. Entretanto a seleção só pode agir sob estes fatores se existir a possibilidade de serem transmitidos à progênie e assim serem passados de geração a geração. Sem essa possibilidade a aptidão fenotípica não teria consequência evolutiva.
A definição da Unidade de Seleção ainda gera muita discussão. Segundo definição darwiniana (Biologia evolutiva clássica), a unidade de seleção é o indivíduo, pois é ele que se reproduz e sua morfologia e comportamento determinam seu sucesso reprodutivo. Todavia, mesmo que o processo evolutivo ocorra em nível dos organismos, terá por consequência o aumento da frequência de determinados genes ou variante alélica específica. Junto a esse fator, a descoberta do processo de meiose, da natureza dos genes e de que ele é passado de geração a geração, fez com que muitos biólogos passassem a defini-lo como a unidade de seleção, e não o indivíduo. De acordo com Dawkins (1976),[6] o indivíduo é apenas uma embalagem pelo qual os genes viajam. O autor supracitado esclareceu a questão dizendo o seguinte:
Embora seja importante compreender esta distinção entre indivíduos e genes, vale ressaltar que os dois níveis são complementares na teoria da seleção natural. É certo que para a ecologia evolutiva o indivíduo representa a unidade analítica mais interessante, uma vez que é ele quem irá interagir com o meio ambiente (Foley, 1993).[1]
Essas considerações são essenciais para análise dos padrões da ecologia evolutiva. A principal é que as vantagens adaptativas devem ser consideradas em nível de indivíduos e não de grupos, ou espécies. Outra consideração importante é que os indivíduos devem ser tidos como a unidade analítica do comportamento adaptativo, visto que ele é o material básico da evolução (Foley, 1993).[1]
Essa visão integra Seleção natural e adaptação, além de fornecer um quadro prático para a abordagem da ecologia evolutiva. Um organismo encontra problemas de sobrevivência no ambiente e a seleção natural opera sobre o comportamento, a morfologia, a Fisiologia e a Bioquímica deste organismo através de seu sucesso reprodutivo, a fim de minimizar ou resolver esses problemas. Apesar das soluções potenciais serem restringidas (pelos diversos fatores supracitados), o produto final é a adaptação. Dessa forma, a adaptação é uma estratégia de sobrevivência e descrevê-la assim faz possível relacionar as características de um organismo (seus aspectos adaptativos) às propriedades do meio ambiente (os problemas) (Foley, 1993).[17]
Krebs e Davies (1981)[20] definem a ecologia comportamental como o estudo do valor de sobrevivência do comportamento. Eles vinculam o comportamento às condições ecológicas em que o animal vive e visualizam o comportamento como uma resposta aos limites e às exigências daquelas condições ecológicas. Então, a ecologia comportamental trata sobre a função dos comportamentos que terão consequências sobre a sobrevivência e reprodução dos organismos. Segundo Tinbergen (1963); Krebs e Davies (1981),[21][20] o vínculo entre comportamento, ecologia e evolução da ênfase a causa funcional e não a mecanicista.
Dessa forma, podemos concluir que o comportamento pode exercer um papel importante na evolução de um organismo e em suas adaptações. Isto é de particular importância nos estudos da ecologia evolutiva e podemos dizer que não só as adaptações comportamentais foram decisivas, como também é provável que esses comportamentos não se encontrem sob controle genético direto e simples. 2ff7e9595c
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